terça-feira, 19 de março de 2013

O princípio básico do Tantra (...)

O princípio básico do Tantra, princípio esse muito radical, revolucionário e rebelde, é que o mundo não está dividido em inferior e superior, mas que é só uma peça. O inferior e o superior estão de mãos dadas; o superior contém o inferior e o inferior contém o superior. O superior está oculto no inferior; portanto, o inferior não precisa ser negado, não precisa ser condenado, não precisa ser destruído ou morto. O inferior precisa ser transformado, ter permissão de se mover para cima, e dessa maneira o inferior se torna superior. 

Uma outra maneira de dizer isso é que não existe uma distância intransponível entre demónio e Deus; o demónio está carregando Deus no fundo do seu coração. Uma vez que esse coração comece a funcionar, o demónio se torna Deus. Na verdade, a palavra “demónio” vem da mesma raiz que a palavra “divino”: ele é o divino ainda não evoluído, e isso é tudo. Não que o demónio esteja contra o divino, não que o demónio esteja tentando destruir o divino; na verdade, o demónio está tentando encontrar o divino, está a caminho do divino. O demónio não é inimigo, mas a semente. O divino é a árvore inteiramente florescida, e o demónio é a semente, mas a árvore está oculta na semente. A semente não é contra a árvore; na verdade, a árvore não pode existir se a semente não existir. E a árvore não está contra a semente; elas estão em profunda amizade, elas estão juntas. Veneno e néctar são duas fases da mesma energia, e assim é a vida e a morte, e assim é com tudo: dia e noite, amor e ódio, sexo e supraconsciência.

O Tantra diz para nunca condenar nada, pois a atitude de condenação é destrutiva. Ao condenar algo, você nega a si mesmo as possibilidades que se tornariam disponíveis a você se você tivesse encorajado o inferior a evoluir. Não condene a lama, pois o lótus está oculto na lama; use a lama para produzir o lótus. É claro, a lama ainda não é o lótus, mas pode ser. Uma pessoa criativa ajudará a lama a libertar seu lótus, de tal maneira que o lótus possa ser manifesto.

Osho in Tantra. O Caminho da Aceitação

 

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