2,05Eur! É preço cobrado pela CP para quem quiser deslocar-se de Sintra ao Rossio. No caso de ida e volta o valor dobra e teremos 4,10Eur! Um “absurdo”, era o que dizia um turista espanhol, depois de já ter achado caríssimas as entradas para o Palácio da Pena e Castelo dos Mouros. “Assim dificilmente se volta a um lugar por mais bonito que seja”, rematou.
Mas se o turismo perde, sem problemas porque dá a impressão que só é bem-vindo quem tem dinheiro para pagar avultadas centenas de euros por uma noite no Palácio de Seteais, o que dizer do cidadão português em geral? Então num país onde o salário mínimo não chega aos 500Eur, onde os salários médios raramente passam dos 700Eur vai se exigir às pessoas que disponham de mais ou menos um quarto dos seus salários para transportes públicos? Então e a renda de casa, a alimentação, já para não falar no lazer e bem-estar que não é algo a que só têm direito os abastados em cifrões, como se esses tivessem mais direito ao ar que se respira do que os de carteiras parcas?
Mas isto continua. É que essa subida obscena dos tarifários nos transportes é só o passo final antes da privatização de uma rede de caminhos de ferros que é hoje, em termos de estruturas e equipamentos, uma das melhores da Europa. Durante anos os contribuintes, vulgo ovelhas (?), pagaram para renovar a CP, para sustentar os privilégios injustificados dos empregados em geral, para engordar os salários faraónicos dos seus gestores que, não obstante, sempre foram batendo recordes de prejuízos acumulados. Durante anos os contribuintes pagaram para criar uma rede moderna que vai ser, literalmente, oferecida às garras do sector privado que não é mais do que uma extensão dos administradores que lá estão agora. Mas não é isto o que mais choca, acaba por ser óbvio porque é um modus operandi vulgar e até relativamente rudimentar. O que perplexifica é ver a “passividade” da população em geral que vai aceitando, enfardando, como quem cede o seu próprio sangue a vampiros sem sequer questionar.
Não seria de bom senso dizer que não? Que basta? Os abusos de autoridade, os atropelos à Liberdade e à Dignidade vão chegar até onde cada pessoa permitir que chegue. É acima de tudo uma questão de amor-próprio. Alguém tem? Quem tem? Sendo assim, porque não agir consciente e positivamente, agora, para a concretização de uma mudança rumo à equanimidade?
Não me revejo em todos os elementos desta acção, mas talvez não seja mesmo possível fazer-se uma omeleta sem se quebrar uns ovos, por isso, aqui a partilho: http://boicoteaostransportes.weebly.com/index.html
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